Fracassar: verbo transitivo direto que significa fazer em pedaços, de forma ruidosa; despedaçar, destruir, arrasar…

Quando fracassei, quando cheguei ao fundo do poço, quando eu estava completamente despedaçada, destruída e arrasada, a escuridão desse lugar me convidou a me amar, a cuidar de mim mesma, a acreditar nos meus sonhos, a seguir em frente com os meus desejos, minhas vontades, fazer por mim o que durante muitos anos esperei que muitos fizessem. E não fizeram!

E nessa escuridão absoluta e desesperadora, uma luz, inicialmente tímida, mas brilhante, surgiu e me convidou a me amar. A partir daí, os fragmentos de mim mesma, espalhados pelo fundo do poço, como em um passe de mágica começaram a brilhar, ganhar força, se unir novamente e me mostraram que a maior ausência era a minha. Eu precisava me abraçar, eu precisava me fortalecer, eu precisava iluminar minha alma sem medo, sem pudores, sem obstáculos.

Percebi, que durante a minha caminhada, eu esqueci do principal: oferecer empatia, amor e compaixão a mim mesma.

Percebi que deixei meus sonhos de lado, esqueci de mim mesma, não dei importância para as minhas dores, minhas angústias, MINHA VIDA.

Percebi que eu estava surda, muda e cega diante de mim mesma, diante do DIVINO que habita em mim.

Percebi que eu estava com saudade da Natalia, aquela Natalia adormecida e anulada que sempre existiu, mas que foi podada por muitos e muitos anos.

Percebi que, para me reerguer, eu precisava perdoar, fazer as pazes com o passado e seguir em frente construindo meu futuro.

Percebi que cada um tem a sua própria melodia e precisamos aprender a dançar nessas notas musicais que são perfeitamente compostas pelo Sagrado.

Percebi que havia tanto amor em mim mesma, tanta garra, tanta vontade, tanta energia, tanta disposição, tantos planos, tanta determinação, tantos motivos para eu me reerguer, que eu sou eternamente grata ao fundo do poço e a luz, DIVINA LUZ, que me resgatou de lá.